O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo neste sábado, 16, por uma mobilização popular permanente no G-20, visando avançar em pautas prioritárias propostas pelo Brasil. O discurso foi feito no encerramento do G-20 Social, um fórum paralelo realizado pela primeira vez durante a presidência brasileira, no qual Lula destacou temas como a tributação de super-ricos, a promoção de energias renováveis e a reforma da governança global. Em um tom político, ele também defendeu a inclusão de países da Ásia, África e América Latina no Conselho de Segurança da ONU, além de cobrar maior representatividade nas instituições multilaterais.
Lula mencionou ainda os desafios diplomáticos enfrentados pelo Brasil nas negociações prévias, destacando as objeções de representantes de outros países, como a Argentina, a respeito de temas como gênero, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. O presidente enfatizou a importância de o G-20 promover ações concretas em áreas como o empoderamento econômico das mulheres, o apoio às populações indígenas e afrodescendentes, e o fortalecimento de iniciativas climáticas. Ele também cobrou o financiamento climático por parte dos países desenvolvidos aos mais pobres e a redução da desigualdade econômica e política, que, segundo ele, é exacerbada pelo neoliberalismo.
Além das questões globais, Lula defendeu a adoção de jornadas de trabalho mais equilibradas e comentou sobre a proposta em discussão no Congresso de uma redução na carga horária de trabalho. Em um momento de crescente polarização política, o presidente também fez um apelo para a preservação dos espaços públicos de debate, alertando contra os retrocessos impostos por extremismos. Lula encerrou seu discurso destacando a necessidade de promover a paz e evitar que conflitos geopolíticos desviassem a atenção das questões de desenvolvimento sustentável.