O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, abordou a urgência das mudanças climáticas em seu discurso de abertura na cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro. Ele ressaltou que os fenômenos climáticos têm gerado impactos devastadores em diversas regiões do mundo, e que é necessário um esforço coletivo para mitigar esses efeitos. Lula também destacou as desigualdades sociais e de gênero, agravadas pela pandemia de COVID-19, que resultou na perda de mais de 15 milhões de vidas e ampliou os índices de pobreza.
Em sua fala, o presidente alertou sobre o alarmante aumento da malnutrição global, comparando o número de pessoas em situação de fome a populações inteiras de países como México, Reino Unido, África do Sul e Canadá. Lula enfatizou que a fome é um problema diretamente ligado a decisões políticas, que perpetuam a exclusão de grandes parcelas da população. Ele frisou a violação dos direitos fundamentais de milhões de pessoas, incluindo o direito à vida, à educação e à alimentação.
Além disso, o presidente criticou o contraste entre a produção mundial de alimentos e a realidade da fome. A economia global gera quase 100 milhões de toneladas de alimentos anualmente, mas, ao mesmo tempo, milhões de pessoas continuam sem acesso à alimentação adequada. Lula também apontou que os gastos militares, que superam US$ 2 trilhões por ano, são uma das causas do descompasso entre a abundância de recursos e a miséria persistente. Ele concluiu que a fome resulta, em grande parte, de escolhas políticas que marginalizam amplas camadas da população mundial.