O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (27) que a assinatura do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) pode acontecer ainda em 2024, apesar das recentes tensões com a França. Lula criticou o boicote de produtos sul-americanos pelo Carrefour francês e as críticas de parlamentares europeus à carne brasileira, destacando que o acordo será assinado pela Comissão Europeia, independentemente das objeções francesas. O presidente ressaltou que o acordo é uma prioridade para ele, com 22 anos de negociações, e que a assinatura do tratado não se limita a aspectos financeiros, mas também a questões políticas e estratégicas.
Em um momento de crescente protecionismo por parte de alguns países europeus, especialmente a França, que tem enfrentado resistência interna dos produtores agrícolas, Lula enfatizou que a decisão final sobre o acordo cabe à Comissão Europeia, e não aos parlamentares franceses. Ele declarou que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem mandato para conduzir a assinatura do acordo, e expressou confiança de que a negociação será concluída ainda neste ano. No contexto, Lula também mencionou a reação do Carrefour, que inicialmente se posicionou contra a venda de carne do Mercosul, mas que posteriormente fez uma retratação, reconhecendo a qualidade da carne brasileira.
Lula também aproveitou a ocasião para destacar a importância de expandir o comércio do Brasil com países de mercados emergentes, como a China e a Índia. O presidente vê essas parcerias como fundamentais para o crescimento econômico e para o acesso a novas tecnologias. Durante o Encontro Nacional da Indústria, ele convidou empresários brasileiros a se unirem em uma missão comercial à Índia, visando explorar novas oportunidades de investimentos e inovação. Para Lula, o Brasil não deve se limitar a ser um país em desenvolvimento, mas buscar se inserir mais ativamente no cenário global.