O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em processo de análise das propostas fiscais que visam fortalecer o arcabouço fiscal e reduzir a dívida pública, atualmente projetada para fechar o ano em torno de 80% do PIB. A decisão final de Lula será um ponto de arbitragem entre duas vertentes no governo: uma focada em cortes de despesas para evitar uma alta dos juros e conter a inflação, e outra que prioriza a manutenção dos gastos sociais, com apoio do Partido dos Trabalhadores (PT).
Entre as medidas em discussão, destaca-se o debate sobre o reajuste do salário mínimo. A equipe econômica sugere um aumento real limitado a 2,5%, alinhado às metas fiscais, enquanto o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defende um reajuste mais alto para não comprometer políticas voltadas às classes de baixa renda. Além disso, há controvérsia sobre a proposta de aplicar o mesmo limite de aumento nas despesas com educação e saúde, uma ideia que a ala social do governo rejeita, argumentando que esses setores devem seguir vinculados às receitas da União.
Assessores de Lula alertam que a alta da inflação pode anular os ganhos dos programas sociais, caso o equilíbrio fiscal não seja alcançado. Esse fator é visto como um risco político, considerando o impacto econômico e social das medidas, como evidenciado em outros países.