O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pretende se apressar em estabelecer contato com o novo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. De acordo com diplomatas, o telefonema oficial entre Lula e Trump só deve ocorrer após a reunião de cúpula do G20, programada para acontecer no Rio de Janeiro entre os dias 18 e 20 de novembro. O Brasil, na condição de presidente de turno do G20, será o anfitrião do evento, que contará com a presença de líderes das principais economias globais, além de representantes da União Europeia e da União Africana. A intenção de Lula em adiar o contato reflete uma abordagem diplomática pragmática que o governo brasileiro busca manter com os EUA no próximo mandato.
O atual presidente dos EUA, Joe Biden, confirmou presença na cúpula do G20 no Brasil, evento que será, para ele, uma despedida simbólica de seu mandato. Biden, que inicialmente concorreu à reeleição, foi substituído por sua vice, Kamala Harris, que acabou derrotada por Trump. A visita ao Brasil inclui uma agenda significativa com pautas ambientais e um compromisso conjunto com Lula em defesa dos direitos trabalhistas, marcos que o governo Biden espera deixar como legado. O roteiro de Biden é visto como uma oportunidade para o governo democrata demonstrar distinções em relação ao futuro governo republicano.
Em relação à posse de Trump, marcada para janeiro de 2025, Lula não deverá comparecer, em conformidade com o protocolo dos Estados Unidos, que tradicionalmente não recebe chefes de Estado em cerimônias de posse. A representação brasileira ficará a cargo da embaixadora Maria Luiza Viotti, que já mantinha contato com figuras do Partido Republicano. Para diplomatas, a postura do Brasil indica a continuidade de relações diplomáticas pragmáticas, mesmo com as mudanças no governo norte-americano.