Após a reeleição do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, obras de ficção distópica, especialmente “O Conto da Aia” de Margaret Atwood, tiveram um aumento expressivo nas vendas. O romance, que se passa em uma sociedade teocrática e autoritária, subiu rapidamente para o topo das listas de mais vendidos da Amazon, com um salto de 6.866% em um único dia. Esse aumento reflete o clima de apreensão entre os leitores, que associam o tema do livro às recentes discussões sobre direitos reprodutivos e políticas sociais.
Os direitos reprodutivos se tornaram um dos principais pontos de debate durante a campanha eleitoral, dado o posicionamento do governo republicano sobre o tema e a recente revogação do caso Roe vs. Wade, que legalizava o aborto desde 1973. Esse cenário impulsionou comparações entre o atual contexto político e a realidade ficcional de Atwood, onde as mulheres vivem sob uma intensa opressão. Comentários como o da ex-assessora Valerie Jarrett destacaram o papel das mulheres na votação antecipada, enquanto Atwood, uma defensora dos direitos ao aborto, manifestou seu posicionamento nas redes sociais.
A eleição também aumentou o interesse por outras obras distópicas, como “1984” de George Orwell e “Fahrenheit 451” de Ray Bradbury, que discutem temas de vigilância e censura. O impacto emocional das eleições também se refletiu em outros setores, como no aumento dos downloads de aplicativos de meditação. Em meio a essa repercussão, o livro de memórias de Melania Trump liderou a lista de mais vendidos, destacando o impacto da eleição tanto no mercado editorial quanto no comportamento dos consumidores.