Em entrevista recente, María Corina Machado, figura central da oposição na Venezuela, criticou a legitimidade do governo de Nicolás Maduro e apontou para a possibilidade de uma transição de poder em janeiro de 2025. Machado afirmou acreditar que Edmundo González, candidato da oposição, foi o verdadeiro vencedor das eleições de 28 de julho, com apoio de documentos que teriam sido coletados nas urnas, apesar da declaração oficial de vitória de Maduro. Ela também sugeriu que, para evitar um cenário de maior isolamento internacional, o atual presidente deveria aceitar uma transição negociada, oferecendo garantias e proteção para um processo pacífico de saída do poder.
Machado destacou que há um crescente descontentamento entre as Forças Armadas venezuelanas, que, segundo ela, são um dos pilares do regime de Maduro. A oposição teria conseguido o apoio de setores militares que ajudaram a reunir evidências das eleições, e a líder acredita que a insatisfação interna com o governo é um fator importante para o enfraquecimento do regime. Além disso, ela sugeriu que uma pressão internacional coordenada poderia acelerar o fim do atual governo, uma vez que Maduro estaria isolado e sem aliados capazes de sustentar sua administração.
Por fim, María Corina Machado comparou a atual situação com a de 2019, quando o opositor Juan Guaidó se autoproclamou presidente. Ao contrário daquele momento, quando o vazio de poder foi explorado por Guaidó, agora a oposição tem uma liderança legitimada pelas urnas e um movimento popular mais coeso, com maior apoio internacional. Ela argumentou que o regime de Maduro perdeu a capacidade de manipular a sociedade, e a transição para um novo governo democrático, com respeito à Constituição, seria o caminho mais viável para a Venezuela.