A operação das barcas que cruzam a Baía de Guanabara será assumida a partir de fevereiro de 2024 pela empresa BK Consultoria, vencedora da licitação realizada na última sexta-feira (22). A companhia, com sede em Barueri (SP), oferecerá o serviço por um período inicial de cinco anos, prorrogável por mais cinco, com uma proposta no valor de R$ 1,9 bilhão. A operação das barcas, que atualmente é realizada pela CCR, será transferida para a nova empresa, que se compromete a garantir a manutenção das embarcações, estações e estaleiros.
O novo modelo de gestão das barcas prevê que a maior parte do custo, cerca de 75% (aproximadamente R$ 300 milhões por ano), seja bancada pelo governo do estado. O valor arrecadado com a venda das passagens será suficiente para cobrir apenas uma parte do custo total da operação. A remuneração da BK Consultoria será calculada com base nas milhas náuticas navegadas. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) levantou preocupações sobre o modelo, questionando possíveis irregularidades no edital e a ausência de pareceres técnicos essenciais. A Secretaria de Transportes, no entanto, negou que haja sobrepreço e afirmou que há previsão orçamentária para o projeto.
O novo contrato visa solucionar as dificuldades enfrentadas pelo modelo anterior, baseado em uma concessão que, desde 1998, tem gerado diversos questionamentos legais e administrativos. A CCR, que operava o serviço até o fim de 2023, já havia demonstrado interesse em encerrar a concessão. A expectativa é que o novo modelo traga uma solução temporária até que um novo processo de concessão mais robusto seja desenvolvido, como sugerido por especialistas da área jurídica.