Após os protestos contra a reeleição de Nicolás Maduro em julho, mais de 2.400 pessoas foram detidas na Venezuela, incluindo 169 adolescentes. Até o dia 16 de setembro, ao menos 225 detidos haviam sido libertados, com a confirmação de ONGs de que mais de 100 pessoas haviam deixado as prisões sob medidas de liberdade condicional. O Ministério Público não detalhou os casos, mas indicou que a libertação visava corrigir possíveis erros processuais. Alguns familiares souberam das libertações por rumores nas redes sociais, enquanto outros aguardaram nas portas das prisões, como em Yare e Las Crisálidas.
Os protestos, que ocorreram após as disputadas eleições de 28 de julho, resultaram em 28 mortos e cerca de 200 feridos, segundo autoridades. Apesar das libertações, centenas de presos ainda permanecem em custódia, com diversas denúncias de maus-tratos e condições desumanas nas prisões. A oposição e ONGs acusam o governo de manter um alto número de presos políticos, com mais de 1.900 detidos até o fim da semana anterior.
As tensões continuam, com familiares planejando vigílias e protestos para exigir a liberação de mais detidos, argumentando que muitos foram presos injustamente. O procurador-geral do país afirmou que aqueles que não foram envolvidos em crimes poderiam ser libertados, enquanto o governo se defende das acusações de repressão, classificando as ações como necessárias para manter a ordem pública. A situação permanece tensa, com a repressão sendo considerada uma das maiores do século XXI na América Latina.