Leonardo da Vinci, um dos maiores gênios da história, era amplamente reconhecido por sua versatilidade e talento em várias áreas, como pintura, anatomia, engenharia e filosofia. No entanto, sua carreira foi marcada por uma característica notável: a procrastinação. Ele frequentemente adiava, abandonava ou sequer começava projetos que, em sua mente, estavam perfeitamente planejados. Essa falta de foco, aliada à impulsividade, afetava sua credibilidade profissional, dificultando sua relação com empregadores e resultando em dificuldades financeiras ao longo da vida.
Pesquisadores italianos levantaram a hipótese de que Da Vinci poderia ter apresentado sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Seu comportamento, como a alternância constante entre tarefas e a dificuldade em cumprir prazos, é compatível com características do transtorno. Além disso, sua tendência a dormir pouco, alternando entre longas horas de trabalho e cochilos, e a constante busca por novas abordagens, como na pintura de “A Última Ceia”, sugerem um perfil impulsivo e desorganizado. Esse padrão de comportamento foi observado desde sua infância, reforçando a ideia de que suas limitações poderiam ter moldado sua trajetória profissional.
Apesar das dificuldades, Da Vinci era reconhecido por sua criatividade e inovação, qualidades que, juntamente com seu talento inato, o transformaram em um ícone. No entanto, seu sentimento de culpa por não conseguir realizar tudo o que imaginava, especialmente no final de sua vida, aponta para um sofrimento emocional típico de quem lida com as frustrações do TDAH. A reflexão que fica é sobre como seu legado poderia ter sido ainda mais expressivo caso tivesse uma maior capacidade de execução e organização, sem as limitações associadas a esse possível transtorno.