A Lenovo, maior fabricante de PCs do mundo, está ampliando sua estratégia de diversificação de cadeias de suprimentos e fabricando mais fora da China em resposta à crescente incerteza geopolítica, especialmente após as tensões comerciais com os Estados Unidos. O presidente da empresa, Yang Yuanqing, anunciou planos para aumentar a presença global da companhia, com a criação de novas fábricas em locais como a Arábia Saudita, após um acordo significativo com o Fundo de Investimento Público do reino. Embora a China continue sendo seu principal centro de produção, a empresa já possui mais de 30 fábricas em nove países, o que proporciona maior proteção contra riscos econômicos e políticos.
A diversificação de sua rede de fabricação é vista como uma resposta à possível imposição de tarifas sobre produtos chineses, algo que afetaria diretamente os custos da Lenovo. Mesmo com a expansão para novos mercados, a Lenovo continua apresentando bom desempenho financeiro. No segundo trimestre fiscal, a empresa teve uma receita de US$ 17,9 bilhões, superando as expectativas do mercado e um lucro líquido de US$ 359 milhões, resultado da recuperação do setor de PCs e da crescente demanda por dispositivos capazes de rodar aplicações de inteligência artificial.
A inteligência artificial se tornou um pilar importante para o crescimento da Lenovo, que começou a lançar PCs equipados com tecnologia de IA ainda em 2023. A empresa espera que esses dispositivos, voltados principalmente para usuários corporativos e de grandes volumes de dados, representem 25% de suas vendas até 2025, com potencial para atingir até 80% até 2027. Esse movimento reflete uma adaptação às tendências tecnológicas e à busca por inovação no setor de PCs, que tem mostrado sinais de recuperação após um período de declínio nas vendas globais.