Desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul estão sendo investigados pela Polícia Federal no âmbito da Operação Última Ratio, por suspeita de envolvimento em um esquema de venda de decisões judiciais. De acordo com as investigações, os magistrados mantinham vínculos estreitos com seus filhos, que em sua maioria atuam como advogados, e que, por meio de sociedades e parcerias, estariam utilizando os cargos para beneficiar interesses privados. A Polícia Federal encontrou evidências de que decisões judiciais favoreciam clientes dos escritórios de advocacia dos filhos dos desembargadores, incluindo ações envolvendo prefeituras e outros contratos públicos.
Imagens e registros de conversas obtidas pela Polícia Federal sugerem que as relações entre os magistrados e seus filhos iam além do ambiente profissional, com encontros informais e viagens em grupo. Entre os indícios encontrados estão mensagens trocadas entre os advogados e juízes, nas quais eles discutem os detalhes da venda de decisões, garantindo resultados favoráveis aos clientes. Além disso, foi identificado que os filhos de diferentes desembargadores possuíam sociedade em escritórios de advocacia, o que fortaleceu a suspeita de um esquema de troca de favores judiciais entre as famílias.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul se pronunciou informando que os fatos estão sendo apurados, sem ainda haver conclusões definitivas sobre a culpabilidade dos envolvidos. A investigação continua, e a Polícia Federal indicou que a suspeita de associação criminosa entre os magistrados e seus filhos pode ser o cerne do caso, com a prática de favorecimento judicial em troca de benefícios financeiros. A reportagem tentou contato com os envolvidos, mas não obteve resposta até a publicação do texto.