O Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) reagiu com indignação à decisão do Tribunal Regional Federal da 6ª Região, que absolveu os réus envolvidos no processo criminal relacionado ao rompimento da barragem da Samarco em 2015, que causou a morte de 19 pessoas e danos ambientais significativos. A decisão, tomada em 14 de novembro, considerou a ausência de provas suficientes para responsabilizar os réus pelos crimes ambientais. O MAB criticou a sentença, argumentando que havia indícios claros de negligência das empresas envolvidas, que, segundo a entidade, tinham conhecimento dos riscos de rompimento da barragem e usaram laudos falsos para encobrir a gravidade da situação.
Embora o processo criminal tenha sido encerrado no Brasil, o caso continua a ser discutido em outras esferas jurídicas. Um acordo recente entre as mineradoras e o governo brasileiro, com a participação do Ministério Público Federal e outras instituições, busca reparar os danos causados pela tragédia. No entanto, o MAB tem questionado a transparência e a inclusão dos atingidos nas negociações, além de contestar judicialmente alguns pontos do acordo. Paralelamente, uma ação está sendo conduzida no Reino Unido, onde as vítimas buscam reparações adicionais contra as mineradoras envolvidas no acidente, com estimativas de indenizações muito superiores às do acordo brasileiro.
A decisão favorável aos réus no Brasil gerou críticas, especialmente por coincidir com o avanço do processo na Justiça inglesa, onde se espera que a responsabilidade das empresas seja discutida de forma mais rigorosa. O escritório que representa as vítimas na corte britânica manifestou confiança de que a Justiça do Reino Unido reconhecerá a gravidade da negligência corporativa que levou à tragédia e determinará as devidas reparações às vítimas. O caso segue sendo um símbolo da luta por justiça e compensação para os atingidos, tanto no Brasil quanto internacionalmente.