Jackson Peixoto Rodrigues, preso na Penitenciária Estadual de Canoas, foi morto no sábado, 23 de novembro, após um ataque a tiros dentro do presídio. A morte ocorreu pouco depois de uma decisão judicial que autorizava o isolamento do detento para garantir sua segurança, após um pedido de transferência feito por ele, temendo um ataque de uma facção criminosa rival. A solicitação foi protocolada no plantão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) às 18h30 do mesmo dia, mas a decisão só foi emitida às 19h57, duas horas após o crime. A Justiça determinou que fossem adotadas medidas emergenciais para proteger Jackson, incluindo seu afastamento de grupos inimigos dentro da prisão.
Antes do ataque, Jackson havia escrito uma carta pedindo atenção urgente à sua situação. Ele relatava o risco de ser alvo de facções criminosas rivais devido à proximidade com outros presos considerados inimigos. A carta foi entregue no dia 22 de novembro, um dia antes da morte, e, segundo a defesa, o pedido de transferência e medidas de segurança havia sido informado às autoridades prisionais com antecedência. Contudo, apesar da recomendação de isolamento e segurança, os atentados aconteceram, culminando na sua morte.
Após o incidente, a administração da Penitenciária de Canoas e os servidores responsáveis foram afastados. O governo estadual e o TJRS iniciaram investigações para apurar as circunstâncias da demora no atendimento médico e das falhas na implementação das medidas de segurança. Jackson, que tinha um longo histórico criminal, incluindo participação em homicídios e tráfico de drogas, estava em regime de alta periculosidade e havia sido transferido para o local poucos dias antes do ataque, sem notificação prévia à sua defesa. A morte do detento evidencia as fragilidades do sistema prisional e levanta questões sobre a eficácia das medidas de segurança nas penitenciárias estaduais.