A Justiça de Mato Grosso condenou ex-gestores públicos por participação em um esquema de desvio de recursos da Assembleia Legislativa do Estado (ALMT). Entre 1999 e 2003, foram identificados pagamentos fraudulentos a uma empresa irregular que, sem comprovar prestação de serviços, recebeu R$ 1,5 milhão por meio de 42 cheques. A investigação revelou que os valores eram desviados de forma deliberada, em um esquema que envolvia a assinatura e autorização de despesas por gestores do setor financeiro e da administração da ALMT.
O Ministério Público do Estado apurou que o esquema se estendeu ao longo de duas décadas, envolvendo lideranças políticas que utilizavam repasses financeiros irregulares para fins pessoais e para consolidar apoio político. O processo resultou na condenação de alguns envolvidos à devolução de recursos públicos, enquanto outros firmaram acordos de colaboração ou tiveram processos encerrados por meio de homologações judiciais. A operação também destacou irregularidades na gestão administrativa e financeira da ALMT, incluindo a utilização de empresas de fachada.
Conforme a decisão judicial, o esquema visava o uso indevido de recursos públicos, com pagamentos autorizados sem a devida comprovação de serviços ou produtos entregues. O caso expôs falhas nos mecanismos de controle e fiscalização, reforçando a necessidade de maior transparência na administração pública. A condenação dos responsáveis busca resguardar o patrimônio público e sinaliza a importância da responsabilização em casos de improbidade administrativa.