O Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra dois policiais militares do batalhão Rota, acusados pela morte de um homem em Santos durante a Operação Verão, realizada no início de 2024. Os agentes foram acusados de forjar um confronto e dificultar a gravação de imagens que pudessem comprovar o ocorrido. A acusação, apresentada pelo Ministério Público, aponta que os PMs dispararam contra a vítima, simulando uma reação à suposta ameaça, e posteriormente manipularam as imagens das câmeras corporais para encobrir o crime. Este caso marca a primeira acusação de homicídio ligada à Operação Verão, que resultou em várias mortes no litoral paulista.
A operação foi deflagrada após a morte de dois policiais em confrontos anteriores, mas foi alvo de críticas devido a relatos de abusos por parte das forças de segurança, incluindo denúncias de execuções sumárias e ações ilegais durante as abordagens. Em particular, a investigação sobre o caso em questão revelou que os policiais acusados manipularam as cenas do crime, dificultando a captura de provas e comprometendo a integridade das investigações. O inquérito policial foi conduzido pelo Ministério Público, que obteve imagens que mostram tentativas de ocultar a verdadeira sequência dos fatos.
Após a denúncia ser aceita, o juiz determinou que os dois policiais fossem afastados de suas funções operacionais e passassem a realizar apenas atividades administrativas até o julgamento. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, por meio de sua assessoria, afirmou que todos os casos de mortes em operações policiais são rigorosamente investigados, mas não se manifestou especificamente sobre o aumento da letalidade policial na região. A alta no número de mortes pela polícia no estado tem sido uma preocupação crescente, com os dados mais recentes apontando o maior índice de mortes em confrontos desde 2020.