A Justiça Federal absolveu as empresas Samarco e BHP, responsáveis pelo rompimento da barragem de Fundão em Mariana, Minas Gerais, em 2015, que resultou na morte de 19 pessoas e uma enorme destruição ambiental. O Tribunal Regional Federal da 6ª Região fundamentou a decisão na falta de evidências que comprovassem a responsabilidade criminal das empresas. Além das corporações, 22 pessoas, incluindo o presidente da Samarco à época e o engenheiro responsável pela avaliação da barragem, também foram inocentadas. A decisão ainda pode ser contestada, o que mantém o caso em aberto.
Em um desenvolvimento recente, as empresas envolvidas no desastre firmaram um acordo de compensação que prevê R$ 170 bilhões para reparar os danos causados. Esse montante está dividido em três partes: R$ 100 bilhões destinados a programas compensatórios, R$ 32 bilhões para indenizações e recuperação ambiental, e R$ 38 bilhões que já foram aplicados em ações de remediação. O valor acordado visa amenizar os danos causados aos atingidos pelo rompimento da barragem e à recuperação dos ecossistemas afetados.
Paralelamente, o processo criminal iniciado em 2016 segue em andamento, e a BHP enfrenta outra ação judicial na Inglaterra, onde está sendo demandada por uma compensação de R$ 230 bilhões. O desastre afetou gravemente os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, em Mariana, além de impactar regiões do Espírito Santo e o arquipélago de Abrolhos, na Bahia. Mais de 300 famílias foram deslocadas, e aguardam a conclusão do projeto de reassentamento “Novo Bento”, iniciado em 2022.