Na segunda-feira (25), o mercado de juros futuros mostrou um comportamento misto, com as taxas de curto prazo em alta e as de longo prazo em baixa. As taxas para 2025 e 2026 subiram ligeiramente, refletindo as apostas do mercado sobre a Selic no curto prazo. Em contraste, os contratos mais longos, como para 2031 e 2033, apresentaram queda, influenciados pela forte queda nos rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos, que geraram um alívio nas preocupações fiscais globais.
O movimento nos mercados também foi impulsionado pela expectativa em torno das medidas fiscais que o governo Lula deverá anunciar. Após o bloqueio adicional de R$ 6,04 bilhões do orçamento federal, o mercado aguardava com cautela o pacote de contenção de gastos, prometido após as eleições municipais. A demora na divulgação das medidas mantinha um clima de incerteza, principalmente na curva de juros de curto prazo. O economista Alexandre Espírito Santo destacou que a definição desse pacote será crucial para os próximos movimentos do mercado.
Internamente, as projeções econômicas mostraram um leve ajuste positivo no déficit primário para 2024, mas as expectativas para os próximos anos ainda indicam números negativos. A inflação também segue em níveis acima da meta do Banco Central, o que aumenta a pressão para uma possível alta na taxa Selic. O mercado está monitorando de perto a reunião do Copom em dezembro, com a probabilidade de uma elevação de 75 pontos-base da taxa básica, o que indica um cenário econômico desafiador para os próximos meses.