Os juros futuros mantiveram oscilações controladas nesta tarde, com os investidores interpretando que os altos prêmios de risco já incorporam as incertezas fiscais. A expectativa em torno da falta de um anúncio do pacote de cortes de despesas pelo governo e o impacto do IPCA-15 de novembro reforçaram a previsão de que o Banco Central aumentará a Selic em três etapas de 0,75 ponto porcentual nas próximas reuniões, com a taxa básica de juros chegando a 14% ao ano. O mercado observou ainda o real se valorizando frente aos principais pares emergentes, ajudando a ajustar a curva de juros.
O vértice curto dos juros futuros permaneceu estável após atingir mínima no período da tarde, refletindo a confirmação das expectativas do mercado em relação à Selic terminal. A leitura do IPCA-15, que apontou inflação mais alta, fortaleceu as apostas de que o Banco Central acelerará o ritmo de aumento dos juros para 0,75 ponto porcentual na próxima reunião. Contudo, especialistas ponderaram que a pressão inflacionária é moderada no longo prazo, já que o aumento foi impulsionado principalmente pelo custo das passagens aéreas, sem reflexos significativos nos núcleos da inflação.
Por outro lado, os vértices mais longos da curva de juros se distanciaram dos Treasuries, com viés de queda. O entendimento do mercado é que os prêmios de risco já estão elevados e incorporam as incertezas fiscais do país. O câmbio também teve impacto nesse comportamento, com o real se destacando positivamente entre as moedas de mercados emergentes, em parte devido à expectativa de um anúncio iminente do pacote fiscal. Enquanto o dólar fechou ligeiramente valorizado frente ao real, a pressão cambial foi mais intensa em outras economias emergentes, como no caso do peso mexicano.