Os juros futuros apresentaram oscilações contidas na tarde de terça-feira (26), com os investidores avaliando que os prêmios elevados já refletem as incertezas fiscais, em meio à expectativa do anúncio do pacote de corte de despesas pelo governo. O IPCA-15 de novembro, que reforçou a expectativa de novas altas de 0,75 ponto porcentual na Selic, também contribuiu para essa estabilidade. A curva de juros, que se beneficiou da valorização do real frente ao dólar, precifica que o ciclo de aperto monetário pode chegar ao seu fim com a taxa Selic em 14% ao ano.
O mercado reagiu com cautela às incertezas fiscais, mantendo as taxas de juros no vértice curto praticamente estáveis. As taxas para os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026, 2027 e 2029 ficaram próximas aos ajustes da véspera, com uma leve queda nas taxas mais longas. O economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, destacou que o IPCA-15 reforçou a visão de que o Banco Central precisará acelerar o ciclo de aperto monetário, possivelmente com altas de 0,75 ponto na próxima reunião.
Apesar do cenário de tensão fiscal, a ponta longa da curva de juros mostrou resiliência, com viés de baixa e descolamento em relação aos Treasuries americanos. O alívio foi impulsionado pela força do real, que teve o melhor desempenho entre as principais moedas emergentes, contrastando com a desvalorização de outras moedas, como o peso mexicano. Operadores no mercado de câmbio apontaram que a iminência do anúncio do pacote fiscal ajudou a sustentar essa resiliência, com o dólar fechando a R$ 5,8081, em alta marginal de 0,04%.