Os juros futuros de médio e longo prazos fecharam em queda na segunda-feira, 25, acompanhando a diminuição dos rendimentos dos Treasuries e influenciados pela expectativa em torno de um pacote fiscal que deve ser anunciado pelo governo até o dia 26. Contudo, o mercado seguiu cauteloso com os recentes ajustes nas previsões de inflação e taxa Selic, que ampliaram o pessimismo sobre os próximos passos da política monetária. A ponta curta da curva de juros, que reflete os vencimentos mais próximos, registrou alta moderada, sinalizando uma cautela em relação às incertezas econômicas.
Os juros dos Treasuries apresentaram uma queda expressiva durante a sessão, o que ajudou a aliviar a pressão sobre as taxas locais, especialmente nos vencimentos mais longos. O mercado reagiu positivamente à indicação de Scott Bessent para chefiar o Tesouro dos EUA, e também a um leilão de T-Notes de dois anos que registrou uma demanda superior à média. Além disso, o recuo nos preços do petróleo e as especulações sobre um possível cessar-fogo no Oriente Médio também contribuíram para um cenário mais favorável nos mercados globais.
Porém, o clima cauteloso se manteve em função das expectativas em relação ao pacote fiscal brasileiro, estimado em R$ 70 bilhões. A ansiedade sobre o impacto real das medidas de contenção de despesas e a deterioração das previsões de inflação, com o IPCA projetado para superar o teto da meta, seguem pesando sobre as projeções econômicas. O mercado aguarda detalhes sobre possíveis reformas e ajustes em áreas como a previdência e a política de reajuste do salário mínimo, o que pode definir os rumos das taxas de juros no curto e médio prazos.