O julgamento dos três policiais acusados pela morte de um homem em uma abordagem em Sergipe, em 2022, entrou em seu segundo dia, nesta quarta-feira (27). A vítima, um homem de 38 anos, foi trancada no porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e exposta a gás lacrimogêneo, o que resultou em sua morte por asfixia. O caso, que ocorreu em Umbaúba, gerou comoção e segue com grande repercussão, com a viúva da vítima clamando por justiça em nome de seu filho, que tinha nove anos na época do ocorrido.
Os três ex-policiais, acusados de tortura e homicídio triplamente qualificado, estão presos desde outubro de 2022. O julgamento, conduzido por um juiz federal em Estância, no interior de Sergipe, segue os trâmites legais do Tribunal do Júri, onde os jurados analisarão as provas e os depoimentos, incluindo gravações feitas por testemunhas da abordagem. As defesas dos acusados argumentam que os réus não cometeram os crimes ou que as acusações são infundadas, enquanto a acusação sustenta que houve excesso de violência e abuso de autoridade.
Em paralelo ao julgamento, a Justiça Federal determinou o pagamento de indenizações pelas autoridades, incluindo R$ 1 milhão para o filho da vítima. Durante as investigações, uma perícia concluiu que a exposição prolongada a gases tóxicos no interior do porta-malas foi a principal causa da morte, além do estresse e da falta de oxigênio, que causaram um colapso pulmonar. O caso, que também gerou investigações internacionais, segue sendo um marco na discussão sobre abusos policiais no Brasil.