O advogado criminalista Celso Vilardi, professor de Direito Penal, argumentou que o julgamento do inquérito sobre a suposta tentativa de golpe de Estado deveria ser conduzido pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), devido à complexidade do caso. Vilardi ressaltou que a decisão deveria envolver todos os 11 ministros da Corte, e não apenas os integrantes da primeira turma, composta por cinco magistrados. Em sua visão, a gravidade da situação justifica uma análise colegiada, ao invés de uma decisão tomada por um número limitado de juízes.
Por outro lado, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que a análise do caso pelo plenário seria uma exceção. A decisão final sobre o julgamento ficará a cargo do relator do inquérito, ministro Alexandre de Moraes, e dos demais membros da primeira turma, que possuem competência natural para tratar da matéria, conforme o regimento interno da Corte. Barroso destacou que, se o relator e a turma decidirem encaminhar o caso ao plenário, isso será possível, mas que a competência inicial permanece com a turma.
Vilardi também se posicionou sobre a questão do possível impedimento de ministros envolvidos diretamente no caso, como Alexandre de Moraes, e questionou a possibilidade de outros ministros serem impedidos caso venham a ser identificados como alvos no inquérito. O advogado expressou surpresa diante das revelações feitas pela Polícia Federal sobre o planejamento de atos golpistas e se disse alarmado com a gravidade da situação, que, em sua avaliação, pode representar um risco sério ao Estado de Direito.