Um juiz militar dos Estados Unidos validou os acordos de confissão firmados por três réus envolvidos nos ataques de 11 de setembro de 2001, uma decisão que contraria a ordem anterior do Secretário de Defesa, Lloyd Austin, que havia anulado os acordos. O julgamento reafirma os acordos, que foram negociados entre promotores e advogados de defesa com supervisão governamental, permitindo que os acusados se declarem culpados em troca da isenção da pena de morte. A decisão foi confirmada por fontes anônimas e divulgada pela imprensa americana, mas ainda não foi publicada oficialmente.
A ordem emitida pelo coronel da Força Aérea, Matthew McCall, argumenta que Austin não possui autoridade legal para revogar os acordos após a aprovação pelos responsáveis pela comissão militar de Guantánamo. O parecer de McCall, de 29 páginas, sugere que atender à ordem de Austin concederia a ele um poder de veto indevido sobre decisões da comissão, interferindo na independência dos oficiais militares encarregados dos julgamentos. O Pentágono está revisando a decisão, mas ainda não comentou publicamente sobre o caso.
A validação dos acordos reacende o debate sobre o desfecho dos processos dos réus de 11 de setembro, com divergências entre especialistas jurídicos e famílias das vítimas quanto à possibilidade de penas mais severas. Enquanto alguns defendem a continuidade dos julgamentos até uma sentença final, especialistas destacam que o longo processo judicial e as controvérsias legais tornam incerto o destino das acusações e das possíveis condenações.