O JPMorgan fez ajustes em suas recomendações para os principais bancos brasileiros após a temporada de resultados do terceiro trimestre de 2024. O Bradesco (BBDC4) teve sua recomendação rebaixada de “overweight” (compra) para “neutra”, devido à percepção de que suas melhorias operacionais estão mais lentas do que o esperado e que os desafios, como os investimentos necessários e a relação custo/receita, podem persistir até 2026. A instituição também destacou que uma Selic mais alta pode manter a receita de mercado abaixo das expectativas, além de avaliar que a qualidade dos ativos do Bradesco pode ter atingido um pico.
Por outro lado, o Santander Brasil (SANB11) teve sua recomendação elevada de “neutra” para “overweight”, considerando que o banco apresenta uma relação risco-recompensa mais favorável. Apesar da queda de 19% das ações no ano, o Santander tem mostrado uma recuperação robusta em seu ROE, com a expectativa de que ele continue a crescer, chegando a 20% no futuro. O banco tem se destacado na execução de sua estratégia de aumento de receita e foco na lucratividade, especialmente em seu segmento de pequenas e médias empresas.
Além disso, o JPMorgan revisou seus preços-alvo para as ações dos bancos, reduzindo as metas de Bradesco e Santander, mas mantendo a recomendação “overweight” para Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3), com ligeiras alterações nos preços-alvo dessas instituições. A instituição financeira projeta um crescimento contínuo para o setor, embora considere que o aumento do custo de capital no Brasil impacte o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de forma mais significativa para o Bradesco, enquanto o Santander se mostra mais resiliente no curto e médio prazos.