Bruno Lopez de Moura, jogador de futsal e empresário, confirmou sua participação em um esquema de manipulação de apostas esportivas, mas negou ser o chefe da organização criminosa. Durante seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Moura admitiu ter feito apostas relacionadas a cartões amarelos de jogadores, como Lucas Paquetá e Luiz Henrique, mas afirmou que isso foi uma iniciativa pessoal, sem envolvimento direto com o esquema de manipulação. Ele explicou que as apostas eram casadas, ou seja, combinadas para aumentar os lucros. Moura também negou qualquer contato com os jogadores envolvidos, alegando que apenas recebeu informações de terceiros sobre as apostas.
Moura afirmou ser apenas um intermediário na operação, responsável por recrutar jogadores para o esquema, enquanto outras figuras, como Thiago Chambó, teriam orquestrado as apostas e os lucros. Segundo o depoente, ele não tinha acesso às apostas nem fazia as operações, apenas entregava os jogadores para os responsáveis. Em seu relato, Moura mencionou que chegou a ser preso preventivamente, mas atualmente responde sob medidas cautelares. Ele também descreveu um episódio no qual uma falha inicial em uma aposta o levou a acumular uma dívida de R$ 100 mil com o grupo, mas que, posteriormente, obteve lucros significativos.
O Ministério Público investiga a prática de manipulação de jogos, onde jogadores eram contratados para cometer ações específicas durante as partidas, como receber cartões amarelos ou cometer faltas. Os envolvidos no esquema poderiam receber valores elevados, que variavam de R$ 50 mil a mais de R$ 400 mil, dependendo do jogador e do tipo de ação combinada. As investigações seguem em andamento, e mais depoimentos estão previstos para ocorrer nas próximas semanas, com a expectativa de que as autoridades esclareçam a extensão e os responsáveis pelo esquema.