A Itália expressou nesta terça-feira (26) dúvidas sobre a viabilidade de cumprir o mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro de Israel. Segundo autoridades italianas, não seria possível realizar a prisão enquanto ele permanecer no cargo. A discussão surgiu após uma reunião do G7, realizada em Roma, que resultou em uma declaração final sem menção explícita aos mandados de prisão contra líderes israelenses e do Hamas.
O ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, afirmou que Roma possui incertezas sobre a legalidade dos mandados, especialmente no que diz respeito à imunidade de altos funcionários de Estado. Tajani também afirmou que é necessário esclarecer se figuras de alto escalão, como o primeiro-ministro israelense, podem ser processadas durante o exercício de suas funções. A questão gerou discussões internas na coalizão do governo italiano, refletindo divergências entre ministros sobre o que deveria ser feito caso Netanyahu viesse à Itália.
A posição do governo italiano ficou ainda mais dividida com as declarações do ministro da Defesa, Guido Crosetto, que sugeriu que a Itália teria a obrigação de cumprir o mandado caso Netanyahu chegasse ao país. Por outro lado, Matteo Salvini, líder de um dos partidos da coalizão, defendeu que o líder israelense seria bem-vindo em solo italiano. O TPI emitiu o mandado de prisão contra Netanyahu, mas a ação foi fortemente criticada por países como os Estados Unidos, que, assim como Israel, não são membros do tribunal.