O recente movimento de Israel em direção a um cessar-fogo no Líbano é interpretado como uma estratégia do governo israelense para focar suas energias em Gaza e reduzir custos políticos. A analista Fernanda Magnotta, durante a análise no programa 360°, explicou que a decisão tem como objetivo centralizar os esforços militares em uma única frente, evitando o desgaste em múltiplas frentes de combate. O cessar-fogo também pode envolver o Hezbollah, um grupo com forte presença política no Líbano, o que complica a situação diplomática, uma vez que o grupo é considerado uma ameaça por Israel e outros países, como os Estados Unidos.
Magnotta ressaltou a complexidade política no Líbano, onde o Hezbollah atua simultaneamente como uma força paramilitar e um partido político, o que torna qualquer operação militar israelense na região sensível, tanto militar quanto diplomaticamente. O cessar-fogo, portanto, visa minimizar os custos políticos dessa operação para o governo israelense, permitindo que se concentrem em Gaza, onde o governo israelense vê a situação de forma diferente, considerando o Hamas como um grupo não legítimo que desafia a soberania israelense.
Ao reduzir a atuação no Líbano, Israel espera aliviar a pressão internacional e enfraquecer a aliança com o Hezbollah, ao mesmo tempo que reafirma seu controle na região de Gaza, um objetivo estratégico primordial. A decisão tem implicações significativas para a dinâmica regional, afetando a relação de Israel com o Hezbollah e o Hamas, e reflete uma tentativa de Netanyahu de gerenciar as diversas frentes de conflito e as crescentes pressões internacionais.