O governo de Israel anunciou um cessar-fogo no conflito contra o Hezbollah no Líbano, enquanto continua intensificando suas operações em Gaza, onde o Hamas é o principal adversário. O cessar-fogo no Líbano é o resultado de uma série de fatores militares e políticos, incluindo a dificuldade de Israel em controlar totalmente o sul do país e o impacto das baixas no Exército. Além disso, há uma estrutura de negociação mais clara com o Líbano, especialmente com base na Resolução 1701 da ONU, que pôs fim à guerra de 2006. Em contraste, as negociações em Gaza são mais complicadas devido à falta de uma liderança palestina unificada e a recusa do Hamas em ser representado pela Autoridade Palestina.
Em Gaza, a situação é mais difícil devido à complexidade da guerra contra o Hamas, que Israel considera sua principal frente de combate. A falta de um plano claro pós-conflito e a ausência de uma liderança palestina centralizada dificultam qualquer acordo de cessar-fogo, além do fato de que Israel ainda busca erradicar completamente o Hamas e recuperar reféns em Gaza. A ausência de um acordo em Gaza também se deve a divisões internas no grupo Hamas e à falta de um mediador eficaz, o que impede uma negociação efetiva.
A dinâmica no Líbano é diferente, pois o Hezbollah faz parte de uma coalizão política mais ampla, e nem todos os libaneses compartilham sua visão sobre o conflito com Israel. A guerra no Líbano visa restaurar a segurança no norte de Israel, enquanto a de Gaza tem como objetivo eliminar o Hamas. A complexidade da situação em Gaza e a resistência do Hamas a negociações tornam um cessar-fogo ainda mais desafiador, ao mesmo tempo em que o Hezbollah, mais enfraquecido e cauteloso, optou por um acordo em que os termos ainda estão em negociação.