A proposta do governo federal de isentar o Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil mensais foi anunciada recentemente, gerando debates sobre seus benefícios e riscos. Defensores argumentam que a medida pode promover mais equidade tributária, considerando que o IR deve incidir apenas sobre o que excede o mínimo necessário para uma vida digna. Além disso, a mudança implica o fim da atual tabela progressiva, com a criação de um novo limite de isenção mais alto que a alíquota máxima vigente, de 27,5%, que atualmente começa a partir de R$ 4.664,68.
Por outro lado, críticos alertam que o momento da proposta pode não ser o mais adequado, dada a atual situação fiscal do país. A perda de receita estimada com a isenção poderia piorar o déficit público em um período de necessidade de estabilização das contas e recuperação da confiança do mercado. Especialistas também destacam a complexidade de equilibrar a renúncia fiscal com a necessidade de tributação dos mais ricos para compensar essa perda, o que pode gerar incertezas entre investidores e aumentar a volatilidade econômica.
O governo, por sua vez, sinalizou que a criação de novos impostos para os mais ricos poderia ajudar a mitigar o impacto da isenção. No entanto, a medida só teria efeito imediato no caso da isenção, enquanto a tributação dos super-ricos dependeria de mudanças que poderiam ser implementadas apenas em 2026. Essa dinâmica levanta preocupações sobre como o governo conseguirá ajustar a política fiscal sem comprometer ainda mais a confiança no ambiente econômico.