Nos últimos anos, o Brasil foi palco de grandes promessas de investimentos bilionários da China em setores estratégicos como infraestrutura e indústria. Três desses projetos chamaram a atenção pública, mas nunca se concretizaram de fato. O mais ambicioso deles foi a promessa de construção de uma megafábrica da Foxconn, no valor de US$ 12 bilhões, que geraria 100 mil empregos, incluindo 20 mil vagas para engenheiros. Embora tenha começado com grandes expectativas, o projeto não avançou além de uma planta inicial em Itu (SP), e as negociações esfriaram sem um desenvolvimento significativo.
Outro grande projeto anunciado foi a criação de um fundo bilateral de US$ 20 bilhões, com aportes de US$ 15 bilhões da China e US$ 5 bilhões do Brasil, destinado a financiar projetos industriais e de infraestrutura. Embora o fundo tenha sido formalmente constituído, ele nunca foi capitalizado, e os projetos selecionados para receber apoio nunca saíram do papel. O fundo foi interrompido especialmente após o início do governo de Jair Bolsonaro, que adotou uma postura mais cautelosa em relação à China, o que freou o processo.
Por fim, o ambicioso plano de construção de uma ferrovia bioceânica, que ligaria o Brasil ao Peru, também foi engavetado. Com um traçado de 3,5 mil quilômetros entre Goiás/Mato Grosso e o litoral peruano, o projeto visava melhorar a logística e ampliar as exportações brasileiras, mas foi barrado pela falta de viabilidade econômica e dificuldades técnicas, como a travessia da Cordilheira dos Andes. Apesar das visitas técnicas chinesas, o projeto não avançou nem para a elaboração do projeto básico de engenharia. Assim, os investimentos que inicialmente despertaram grandes expectativas acabaram se perdendo em um mar de incertezas e falta de compromisso real.