A Polícia Federal indiciou 37 pessoas, incluindo ex-integrantes do governo e militares de alta patente, no âmbito das operações Tempus Veritatis e Contragolpe. Os crimes investigados incluem abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa, com penas que podem chegar a 28 anos de prisão. A apuração identificou planos que envolviam reuniões estratégicas, elaboração de minutas golpistas e medidas extremas, como o envenenamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e atentados contra autoridades do Supremo Tribunal Federal e do Executivo.
O relatório, enviado ao STF, divide os envolvidos em núcleos específicos que atuavam para manter o ex-presidente no poder após as eleições de 2022. Esses núcleos abrangem desde a disseminação de desinformação até a incitação de militares a apoiar o golpe. A investigação conclui que o ex-presidente tinha conhecimento do plano, embora as defesas aleguem ausência de provas concretas e denunciem vazamentos seletivos de informações.
A Procuradoria-Geral da República deve analisar o caso considerando os indiciamentos anteriores do ex-presidente. A defesa dos acusados se manifestou de forma reservada, destacando a necessidade de acesso integral ao relatório para apresentar argumentos mais robustos. O caso reforça o debate sobre a integridade democrática e o papel das instituições no enfrentamento de ameaças ao estado de direito.