Uma investigação conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público apura suspeitas de fraude eleitoral em Mangaratiba, cidade da costa verde do Rio de Janeiro. O município, conhecido por suas praias e ilhas, apresentou um aumento repentino de eleitores, que ultrapassou o número de moradores locais. A suspeita recai sobre transferências irregulares de domicílio eleitoral, envolvendo eleitores que teriam recebido dinheiro ou vantagens para simular residência na cidade, impactando os resultados das eleições municipais.
Nos cinco primeiros meses do ano, mais de 5,5 mil pedidos de transferência de títulos eleitorais foram registrados, sendo que cerca de 1,5 mil foram rejeitados por inconsistências. Endereços fornecidos não existiam ou eram comerciais, e em alguns casos, moradores locais não reconheciam os supostos eleitores. Segundo apurações, eleitores teriam recebido pagamentos para transferir títulos e votar em determinados candidatos, sendo monitorados em grupos de mensagens e condicionados a enviar comprovações de voto antes de receberem os valores prometidos.
O caso levanta questões sobre a integridade do processo eleitoral, em uma eleição decidida por apenas 125 votos. A defesa da chapa vencedora alega que as acusações são infundadas, enquanto opositores pedem apuração rigorosa. O fenômeno evidencia a necessidade de maior fiscalização para prevenir irregularidades que comprometam a confiança no sistema democrático.