As investigações da Polícia Federal e da Procuradoria Geral da República revelaram um esquema coordenado para tentar um golpe de Estado no Brasil, envolvendo líderes militares e políticos. Esses movimentos começaram em novembro de 2022, com a instalação de acampamentos em frente ao Quartel-General do Exército, onde manifestantes radicais exibiam faixas pedindo intervenção militar e prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal. As autoridades apontam que esses acampamentos foram o epicentro das articulações, com ações clandestinas planejadas para atacar figuras-chave do governo eleito.
Entre as operações descobertas, houve tentativas de assassinato de líderes políticos, como o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, e ações terroristas que visavam provocar caos, como a colocação de uma bomba em um caminhão de combustível próximo ao aeroporto de Brasília. A Polícia Federal identificou que esses atos faziam parte de um esforço maior para justificar a decretação de estado de sítio. A conivência de setores das Forças Armadas e a omissão da Polícia Militar do Distrito Federal foram apontadas como facilitadores dos atos de vandalismo e violência, culminando na depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Após quase dois anos de investigação, foram detalhados os passos dessa trama golpista, incluindo encontros secretos, sinalizações para ações ilegais e o uso de grupos armados para intimidar e agir contra a ordem democrática. Embora algumas ações tenham sido frustradas pela falta de apoio de setores das Forças Armadas, o episódio destacou falhas graves de segurança e alinhamentos ideológicos que dificultaram a contenção dos atos antidemocráticos. A apuração segue para responsabilizar os envolvidos e prevenir novos ataques contra as instituições brasileiras.