O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início a uma investigação sobre as explosões realizadas em frente à Corte na noite de quarta-feira, 13, atribuídas a um indivíduo com motivações políticas. O caso foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, que já supervisiona investigações sobre atos golpistas e ataques a instituições, como os ocorridos em 8 de janeiro. A Polícia Federal (PF) busca confirmar se o atentado configura um ataque ao Estado Democrático de Direito, com a intenção de desestabilizar a independência do Judiciário. O autor, que havia feito postagens nas redes sociais incitando uma revolução contra as instituições, também estava armado com um lança-chamas.
A investigação envolve a análise de explosivos encontrados no veículo do suspeito, além de novas ameaças recebidas pelo STF. Segundo informações preliminares, o atentado foi realizado com fogos de artifício armazenados no porta-malas de um carro, detonados remotamente. Além disso, duas bombas foram localizadas na residência do suspeito em Ceilândia, onde as forças de segurança utilizaram robôs para desarmá-las. O conteúdo de um celular encontrado com o autor do atentado, localizado na manhã desta quinta-feira, 14, pode ser fundamental para os desdobramentos da apuração.
O ministro Moraes associou o atentado ao crescente clima de ódio político no país, impulsionado por discursos radicais que, segundo ele, distorcem a liberdade de expressão e incitam ações criminosas. Moraes também criticou propostas no Congresso, como a PEC da Anistia, que, segundo ele, poderia beneficiar envolvidos em atos violentos, como os de janeiro, e aumentar a agressividade de grupos extremistas. O ministro enfatizou que a impunidade só traria mais conflitos, como evidenciado pelos eventos recentes.