Uma investigação recente conduzida pelo The Sunday Times e pelo programa Dispatches do Channel 4 trouxe à luz os significativos rendimentos gerados pelos contratos estabelecidos pela realeza com instituições de caridade e serviços públicos. O foco da análise foram os Ducados de Lancaster e Cornwall, que pertencem, respectivamente, ao rei e ao príncipe William. A pesquisa destacou que essas propriedades arrecadam milhões por meio de aluguéis comerciais e taxas impostas a diversos setores, incluindo órgãos governamentais e empresas.
Os chamados Duchy Files revelaram um acordo com o Tesouro britânico que isenta a realeza de impostos sobre os lucros obtidos. Os ganhos das propriedades atingiram aproximadamente US$ 65 milhões, sendo US$ 35 milhões provenientes do Ducado de Lancaster e US$ 30 milhões do Ducado da Cornualha. Representantes dos Ducados afirmaram que os lucros são destinados a financiar atividades de natureza pública e de caridade, sublinhando que se trata de propriedades privadas.
Segundo a Lei das Terras da Coroa de 1702, o rei tem direito apenas à renda e não ao capital do Ducado, recebendo pagamentos de forma periódica. Um porta-voz da propriedade real reiterou que as operações estão em conformidade com a legislação do Reino Unido, destacando que o Ducado de Lancaster é autofinanciado e não depende de recursos públicos, o que reforça a independência financeira das propriedades da realeza.