A Polícia Federal (PF) identificou um núcleo com integrantes das forças militares, formado após as eleições presidenciais de 2022, que utilizou conhecimento técnico-militar para planejar e executar ações ilícitas. Entre as atividades investigadas, estavam o monitoramento clandestino de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e a formulação de estratégias para restringir o funcionamento do Poder Judiciário. A PF destacou a existência de técnicas sofisticadas de planejamento e anonimização, além do uso indevido de recursos públicos, como parte de um esquema que visava desestabilizar o Estado Democrático de Direito.
De acordo com o inquérito, o plano incluía a criação de uma estrutura organizada para executar um golpe de Estado, com ações que envolviam o assassinato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e de seu vice, Geraldo Alckmin. Batizado de “Punhal Verde e Amarelo,” o planejamento previa o ataque em 15 de dezembro de 2022. Além disso, o grupo teria como objetivo a prisão e execução de um ministro do STF, caso o golpe fosse efetivado. Essas ações foram denunciadas no contexto da Operação Contragolpe, deflagrada pela PF, que também identificou outros episódios de monitoramento ilegal e ameaças.
A operação visa desarticular uma organização criminosa responsável por orquestrar o golpe. Documentos analisados pela PF indicam um elaborado esquema de coordenação e envolvimento de figuras com conhecimento técnico militar. A corporação, em seu ofício enviado ao STF, detalhou que as investigações justificam as medidas cautelares executadas, revelando um grave ataque à ordem constitucional e aos princípios democráticos.