Um caso de suspeita de feminicídio na região metropolitana de Porto Alegre ganhou desdobramentos com a prisão de um médico acusado de envenenar a própria esposa. De acordo com a polícia, a vítima teria ingerido sorvete adulterado com zolpidem, medicamento usado para induzir sono profundo. O suspeito teria se aproveitado desse estado para aplicar injeções de midazolam e outra substância restrita, desviadas do sistema público de saúde, visando simular um infarto como causa do óbito.
A polícia também apurou que a cena do crime foi modificada, supostamente com a participação do médico, do condutor de uma ambulância e de um enfermeiro, que teriam movido o corpo da vítima antes da chegada das autoridades. O objetivo seria dificultar as investigações, enquanto um atestado de óbito apontando infarto como causa da morte já havia sido emitido por um terceiro profissional. Elementos como um pote de sorvete e a presença de medicamentos restritos no local reforçaram as suspeitas de homicídio premeditado.
A vítima, que era enfermeira e mãe de um menino de dois anos, teve seu caso destacado pelas autoridades como um exemplo de uso ilícito de conhecimento técnico para a prática de um crime. As investigações apontaram para o desvio de medicamentos controlados e o uso de estratégias para encobrir o crime, que incluiu até mesmo a presença antecipada de um carro funerário no local. O episódio segue sendo analisado pela polícia, que considera o caso complexo e marcado por planejamento minucioso.