A Polícia Federal investiga um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), envolvendo cinco desembargadores, incluindo o então presidente do tribunal. As suspeitas apontam para a troca de juízes com o objetivo de facilitar decisões judiciais, como no caso de um aval para o desmatamento de uma área de 18,6 hectares no Parque dos Poderes, autorizado por uma juíza que assumiu a função de forma questionável. A investigação destaca que a substituição da magistrada ocorreu sem seguir a escala natural, levantando indícios de favorecimento.
Em maio, a sentença que autorizava o desmatamento foi anulada pelo juiz titular, que apontou que o processo não tinha urgência e ainda estava em análise pelas partes envolvidas. Além disso, o juiz levou a questão ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que arquivou o pedido por falta de provas suficientes. Em meio às suspeitas, há relatos de interesses pessoais na construção de um novo prédio do TJMS e na promoção da juíza responsável pela sentença, que ocorreu meses após o aval controverso.
A operação, que conta com a colaboração de centenas de agentes, já apreendeu milhões de reais e armas em diversas cidades do país. O caso, inicialmente tratado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi transferido para o Supremo Tribunal Federal (STF) devido à sua gravidade e envolvimento de altos magistrados. A nova fase da investigação buscará aprofundar a análise dos indícios de corrupção e possíveis direcionamentos de decisões judiciais.