A Polícia Federal deflagrou a Operação Sisamnes para investigar um esquema de venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, envolvendo magistrados, advogados, lobistas, empresários e servidores. A investigação aponta suspeitas de corrupção, exploração de prestígio e vazamento de informações sigilosas. Ordens de busca foram cumpridas em três estados e no Distrito Federal, e bens de investigados foram bloqueados. Dois desembargadores já afastados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estão entre os alvos das investigações.
A operação é um desdobramento de apurações anteriores que conectaram esquemas similares em outros tribunais estaduais e possíveis influências em instâncias superiores. A menção de suspeitas envolvendo o Superior Tribunal de Justiça levou o caso ao Supremo Tribunal Federal, sob supervisão do ministro Cristiano Zanin. A Polícia Federal destaca que a operação foi nomeada em referência a um juiz da mitologia persa, Sisamnes, conhecido por aceitar suborno.
Entre os métodos investigados, estão pagamentos em dinheiro, Pix e até barras de ouro para decisões favoráveis. O CNJ identificou indícios de vantagens indevidas e nepotismo, levando ao afastamento de diversos magistrados em tribunais de diferentes regiões. A ofensiva reflete uma ampla preocupação com a integridade do Judiciário brasileiro, envolvendo mais de 20 ordens judiciais e ações coordenadas para desarticular supostos esquemas de corrupção que fragilizam a confiança no sistema judicial.