Uma operação conduzida pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) revelou um esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos envolvendo membros da administração municipal, empresários e quatro empresas de um mesmo grupo familiar. A investigação apontou que os suspeitos estabeleceram contratos com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais em Mato Grosso, promovendo a retirada ilegal de verbas públicas. A cidade de Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá, figura como um dos locais onde os investigados teriam utilizado “cartões coringa” para desviar combustíveis e impor sobrepreços em contratos públicos.
As irregularidades foram identificadas a partir de uma análise dos processos licitatórios da Prefeitura de Barão de Melgaço, realizados com empresas ligadas ao grupo investigado, desde o ano de 2020 até o presente. Foi constatado que várias dessas empresas, embora legalmente inscritas em processos, não estavam efetivamente em operação e possuíam sócios de uma mesma família, apontando para um possível esquema de controle centralizado e oculto. A investigação trouxe à tona informações de que contratos semelhantes apresentaram discrepâncias consideráveis nos valores, com aumentos que ultrapassaram R$ 9 milhões entre os anos de 2021 e 2022.
A operação, que recebeu o nome de “Operação Gomorra”, segue em curso e busca ampliar a análise dos contratos firmados com os municípios mencionados, além de localizar as defesas dos envolvidos para responderem às acusações.