A Polícia Federal indiciou 37 pessoas por suspeita de envolvimento em um suposto plano para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral de 2022. Entre os indiciados estão figuras militares, aliados políticos e um padre com atuação na diocese de Osasco, Grande São Paulo. Este último, formado em Teologia Moral e com expressiva presença nas redes sociais, é acusado de participar na elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atenderiam ao plano golpista.
Segundo as investigações, o religioso esteve em uma reunião no Palácio do Planalto em novembro de 2022, onde o plano teria sido discutido. Durante uma operação em fevereiro, ele entregou seu celular à PF, mas recusou-se a fornecer as senhas, alegando sigilo sacerdotal. Além disso, a investigação aponta sua associação com outros membros do núcleo jurídico do grupo, incluindo ex-assessores do governo federal e ex-ministros.
Nas redes sociais, o padre combina conteúdos religiosos com estratégias de marketing, vendendo cursos de temas espirituais e doutrinários. Algumas de suas postagens, como críticas ao Halloween e exortações contra práticas esotéricas, têm causado polêmica. A defesa do sacerdote ainda não se pronunciou oficialmente sobre o indiciamento. As investigações continuam, levantando debates sobre os limites da participação religiosa em contextos políticos sensíveis.