Um relatório da Polícia Federal (PF), tornado público nesta terça-feira (19), revelou a existência de uma organização criminosa formada por militares e um policial federal. O grupo, que utilizava estratégias de disseminação de desinformação por meio de milícias digitais, visava criar um ambiente de instabilidade política e social para viabilizar um golpe de Estado. Entre os métodos empregados estavam a propagação de fake news sobre supostas fraudes nas eleições de 2022 e ataques coordenados a instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo as investigações, a organização buscava incitar manifestações de setores da direita política em frente aos quartéis do Exército, promovendo resistência e desestabilização institucional. A PF aponta que esse contexto de radicalismo contribuiu para eventos marcantes, como a invasão e vandalismo dos prédios dos Três Poderes em janeiro de 2023 e o atentado à bomba ocorrido em novembro de 2024. As ações do grupo tinham como objetivo impedir a consolidação do governo eleito, utilizando violência e estratégias de desinformação.
Na operação realizada pela PF nesta terça-feira, foram investigados planos para assassinar líderes políticos e figuras públicas, incluindo integrantes do Executivo e do Judiciário. As investigações indicam que a maioria dos envolvidos no esquema era composta por militares das Forças Especiais. O relatório enfatiza a gravidade das ações planejadas, ressaltando os riscos à democracia e à segurança institucional no país.