Em setembro de 2023, um morador de Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro, foi alvo de pichações com ofensas homofóbicas e ataques à sua religião, o candomblé. As mensagens agressivas incluíam ameaças de violência e insultos à sua prática religiosa. O escultor, que havia se mudado para o apartamento há poucos meses, acredita que as pichações estão relacionadas ao seu trabalho, que envolve a criação de esculturas para cultos afro-brasileiros e imagens religiosas católicas. Embora o ato de vandalismo tenha sido registrado, a identidade dos responsáveis ainda não foi descoberta, e o morador segue temeroso em seu ambiente de residência, que deveria ser um local de segurança.
A intolerância religiosa e a homofobia são problemas graves no Rio de Janeiro, que em 2023 liderou o país em número de denúncias desse tipo, com 170 casos registrados. Em 2024, esse número já ultrapassou os de 2023, refletindo uma crescente preocupação com o clima de hostilidade nas comunidades. Além do aumento das denúncias, a falta de medidas adequadas de segurança em alguns locais, como o condomínio onde o escultor reside, contribui para o agravamento da situação. O condomínio, que não possuía câmeras ativas no momento do incidente, afirmou que está tomando providências para melhorar a segurança e promover a conscientização sobre os direitos individuais.
O caso gerou um debate sobre a liberdade religiosa e a liberdade de expressão no Brasil. Especialistas afirmam que o direito à liberdade religiosa deve ser respeitado e que ofensas ou ameaças, independentemente da crença religiosa envolvida, não devem ser justificadas pela liberdade de expressão. Enquanto isso, o morador vive com medo das consequências do ocorrido, o que impactou diretamente sua vida cotidiana, limitando seus projetos pessoais e profissionais. A polícia segue investigando o caso, enquanto o condomínio tenta reforçar a segurança e conscientizar os moradores sobre a importância do respeito às diferenças.