A intenção de consumo das famílias brasileiras apresentou queda em novembro, refletindo a piora no cenário de crédito no país. O índice medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) recuou 0,3% em relação a outubro, atingindo 103,2 pontos. Apesar de registrar sua quinta retração consecutiva, o indicador permanece acima dos 100 pontos, na chamada zona de satisfação. Em comparação com novembro de 2022, houve uma redução de 1,6%, destacando a influência das condições econômicas adversas.
Os principais fatores apontados para o recuo incluem as altas taxas de juros e a restrição de crédito, que impactam especialmente a aquisição de produtos de maior valor. Segundo análise da CNC, famílias de menor renda têm mostrado maior resistência à compra de bens duráveis devido ao encarecimento do crédito e à incerteza econômica. A possibilidade de novos aumentos na taxa Selic reforça a tendência de retração no consumo desses itens.
Entre os componentes do índice, houve piora em quatro dos sete analisados, com destaque para o nível de consumo atual, que caiu 1,2%, e o momento para aquisição de bens duráveis, com queda de 2,1%. As famílias de menor renda foram mais afetadas, com a intenção de consumo recuando 0,6%, enquanto aquelas com renda superior a 10 salários mínimos apresentaram leve alta de 0,1%. Esses dados reforçam a desigualdade nos impactos econômicos e a necessidade de medidas que promovam a retomada do consumo e a confiança do consumidor.