A inflação na zona do euro ainda enfrenta desafios significativos para retornar à meta sustentável de 2%, segundo o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane. Apesar de uma queda acentuada nos últimos meses, o BCE alerta que manter a política monetária restritiva por muito tempo pode limitar o crescimento econômico e levar a inflação a níveis abaixo do esperado. Lane destacou a necessidade de ajustes adicionais para garantir que a trajetória da inflação seja sustentável.
Nos últimos meses, o BCE realizou cortes consecutivos nas taxas de juros, com os mercados especulando sobre um possível corte mais agressivo em dezembro devido ao fraco crescimento econômico e riscos de recessão. No entanto, Lane ponderou que a recente redução da inflação foi impulsionada principalmente pela queda nos custos de energia, enquanto os preços dos serviços permanecem elevados. Ele defendeu um equilíbrio maior na composição da inflação, com redução nos serviços e ajustes que contemplem pressões nos custos de energia, alimentos e mercadorias.
Os dados mais recentes indicam que a inflação na zona do euro pode acelerar temporariamente até o final do ano, antes de estabilizar em torno da meta de 2% em meados de 2025. Enquanto isso, o BCE continua monitorando os impactos das medidas tomadas para garantir que a inflação volte ao nível desejado sem comprometer o crescimento econômico da região.