A inflação na Argentina registrou uma desaceleração em outubro, atingindo 2,7%, o menor índice mensal desde novembro de 2021. Essa queda é um reflexo das medidas adotadas pelo governo de Javier Milei, que incluem o corte de subsídios e a redução da impressão de dinheiro. No entanto, a inflação acumulada nos últimos 12 meses ainda é alarmante, alcançando 193%, um número considerável, embora inferior ao de setembro, quando a taxa era de 209%. Apesar da desaceleração, a inflação continua pressionando os custos de vida dos argentinos, especialmente em setores como habitação, saúde e alimentação.
O governo de Milei tem enfrentado desafios econômicos graves, com a recessão impactando fortemente o Produto Interno Bruto (PIB) do país. No primeiro semestre de 2024, o PIB recuou 5,1% no primeiro trimestre e 1,7% no segundo, superando as previsões mais pessimistas. A agenda econômica do presidente tem sido focada na austeridade fiscal e na obtenção de um superávit primário, com o objetivo de alcançar o déficit zero até o final de 2024. Embora haja avanços no controle fiscal, a crise social continua a afetar milhões de argentinos, com 52,9% da população vivendo abaixo da linha da pobreza.
Apesar da desaceleração inflacionária, muitos argentinos ainda não veem os benefícios dessa melhora, já que o salário mínimo permanece abaixo do ritmo da inflação, o que contribui para o aumento da desigualdade e da pobreza. Além disso, a falta de recuperação no poder de compra da população e os aumentos nos custos de serviços públicos continuam a pressionar as famílias. O mercado financeiro, embora otimista no curto prazo, já começa a se preocupar com os efeitos a longo prazo da política econômica de Milei, especialmente com a falta de robustez nas reservas internacionais do país.