O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de novembro surpreendeu analistas, registrando uma variação de 0,62%, superior às estimativas do mercado, que apontavam para um aumento de 0,50%. Este resultado foi impulsionado principalmente pela alta nos preços de alimentos, como óleo de soja, tomate e carnes, com o setor de alimentação e bebidas sendo o principal responsável pela aceleração. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula uma variação de 4,77%, ultrapassando o teto da meta de inflação estabelecida para este ano.
As projeções para 2025 continuam a ser revisadas diante do cenário inflacionário mais desafiador. Diversos analistas, como XP Investimentos e Goldman Sachs, destacam o impacto dos aumentos nos preços de alimentos e serviços, especialmente as carnes, e as incertezas relacionadas ao bônus Itaipu, que pode influenciar a inflação. As previsões para o IPCA de 2024 e 2025 variam, com estimativas agora entre 4,5% e 5,3%, reforçando a expectativa de um cenário inflacionário mais pressionado.
Além disso, a inflação de serviços também continua a ser uma preocupação, com aumento nos preços das passagens aéreas e uma alta persistente nos bens industriais, parcialmente devido à desvalorização do real. As expectativas de um novo aumento da taxa Selic em dezembro são cada vez mais fortes, já que o Copom pode ser forçado a adotar medidas mais agressivas para conter a inflação nos próximos meses. A pressão sobre a política monetária e fiscal permanece relevante, dado o cenário de alta nos preços e a maior incerteza econômica.