O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, em resposta ao aumento das pressões inflacionárias. O Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS) estima uma probabilidade de 85,8% de que essa elevação ocorra, marcando uma mudança de direção em relação a março, quando a Selic foi reduzida na mesma proporção. Desde então, a inflação acelerou, influenciada principalmente pela alta no câmbio e pelas condições climáticas adversas no país.
A recente alta da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), reflete o impacto das secas que afetaram a produção agrícola e elevaram os custos de energia elétrica, colocando o país sob a bandeira tarifária vermelha 2. Segundo especialistas, a escassez de chuvas prejudicou a oferta de alimentos essenciais, como carnes e laticínios, cujos preços subiram consideravelmente. A depreciação do real frente ao dólar também pressionou os índices de preço, agravada por incertezas fiscais e fatores externos, como os conflitos internacionais.
Além das questões de oferta e câmbio, a demanda doméstica mais forte do que o esperado também impulsionou a inflação, abrindo um hiato de produto de 0,5% nos últimos trimestres. Economistas alertam que essa combinação de fatores pode levar a inflação a ultrapassar a meta de 4,5% em 2024, exigindo do Banco Central uma resposta mais firme para conter a escalada de preços e estabilizar a economia no cenário atual de pressões econômicas.