O inquérito da Polícia Federal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022 incluiu entre os indiciados um engenheiro que participou do desenvolvimento das urnas eletrônicas. A Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliará se apresenta denúncia contra os envolvidos. O caso envolve questões técnicas e jurídicas sobre as urnas, bem como o uso de relatórios sobre supostas falhas no sistema eleitoral.
A urna eletrônica, introduzida em 1996, é fruto de um projeto desenvolvido por diversas instituições públicas e privadas, incluindo subcontratações para a criação de seu hardware. A tentativa de registro de patente por um dos envolvidos foi rejeitada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), com o argumento de ausência de novidade, já que as especificações haviam sido detalhadas previamente em edital do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, houve disputas judiciais para a definição dos direitos de propriedade intelectual relacionados ao equipamento.
Em 2022, um relatório produzido a pedido de um partido político questionou a segurança das urnas eletrônicas, alegando falhas que poderiam justificar a anulação de parte dos votos. O Tribunal Superior Eleitoral considerou os argumentos infundados e aplicou sanções financeiras aos partidos que levantaram as acusações. O episódio destacou o papel das urnas eletrônicas na preservação do sistema democrático, enquanto colocou em debate a transparência e a confiança nos processos eleitorais.